Lançamento do novo bairro, voltado para a classe média, avança para fase de licitação no segundo semestre
O Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub) tem sido um instrumento fundamental para a expansão planejada da capital. Entre os principais projetos viabilizados, destaca-se a criação do bairro Jóquei, destinado ao público de classe média. O tema foi abordado pelo presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), Roberto Botelho, durante entrevista ao programa CB.Poder — uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.
Além do novo bairro, Botelho também discutiu o uso do trecho 4 do Setor de Clubes Sul e os desafios da habitação popular no DF.
Novidades imobiliárias trazidas pelo PPCub
Entre as mudanças previstas, um dos pontos de destaque é a flexibilização do uso das quadras 900 na Asa Sul. “A única maneira de ampliar a oferta habitacional dentro do Plano Piloto é permitindo novos usos para essas áreas”, explica Botelho.
Outro avanço importante é a transformação do trecho 4 do Setor de Clubes Sul. Atualmente, a área abriga uma mistura de hotéis e clubes, mas a proposta do PPCub prevê sua destinação exclusiva para empreendimentos hoteleiros. “Os clubes que estavam ali não existem mais, incluindo a Academia de Tênis. Caso seja aprovado, o setor será dedicado apenas a hotéis”, esclarece.
Bairro Jóquei: um projeto moderno e sustentável
O bairro Jóquei está sendo projetado para oferecer uma infraestrutura completa e sustentável, com calçadas amplas, ciclovias e um Parque Central que homenageia a antiga pista do Jockey Clube. Segundo Botelho, a previsão é que o projeto seja apreciado pelo Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF (Conplan) entre julho e agosto. “Uma vez aprovado, ele segue para registro, e acredito que até setembro ou outubro a Terracap terá condições de licitar os primeiros terrenos”, afirma.
A nova área habitacional terá capacidade para aproximadamente 45 mil moradores e contará com edifícios altos, proporcionando melhor ventilação, maior aproveitamento da luz natural e um ambiente urbano mais agradável. O projeto busca atender a um público com renda intermediária, posicionado entre os moradores de Águas Claras e Guará, regiões que atualmente carecem de novas ofertas de moradia para essa faixa econômica.
Redução do ITBI: impacto para o setor imobiliário
Outro tema abordado foi a demanda da Ademi-DF para a redução do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que passou de 2% para 3% nos últimos governos. A entidade defende o retorno à alíquota anterior, visando facilitar a regularização de contratos de gaveta e estimular a formalização de escrituras.
“O secretário de Economia, Ney Ferraz, nos recebeu e já está conduzindo um estudo para essa mudança. Acreditamos que o governador Ibaneis Rocha cumprirá essa promessa de campanha em breve”, diz Botelho.
A redução da alíquota pode impulsionar a arrecadação do governo, uma vez que mais compradores se sentirão incentivados a formalizar a escritura de seus imóveis. “Quando houve o aumento temporário de 1% na alíquota, a arrecadação do ITBI cresceu. Nossa expectativa é que, ao retornar para os 2%, o volume de transações registradas aumente, elevando a receita do GDF”, argumenta o dirigente.
Ampliação da oferta habitacional para baixa renda
A entrevista também abordou o déficit habitacional das classes de menor renda no DF. Segundo Botelho, a falta de expansão de áreas populares desde os anos 1980 levou muitas famílias a migrarem para o Entorno, onde os imóveis possuem preços mais acessíveis.
Com a aprovação da nova lei de parcelamentos, a expectativa é que a iniciativa privada passe a oferecer mais opções habitacionais para esse público. “Essa mudança é fundamental para reduzir o déficit habitacional e evitar o crescimento desordenado do Entorno”, conclui Botelho.
Helisson de Jesus Pelegrini