A partir dos 45 anos, as prioridades mudam. Para muitas mulheres, os cuidados estéticos passam a ter um papel que vai além da aparência: tornam-se uma forma de reconexão com a identidade, de acolhimento frente às mudanças hormonais e de resgate da autoestima. O mercado de estética tem acompanhado esse movimento com abordagens mais sensíveis e sofisticadas.
“A harmonização facial contemporânea deixou de ser um padrão rígido e passou a olhar cada paciente como única, respeitando o tempo, a história e a essência de cada rosto”, afirma a especialista em harmonização facial Gabriela Fonseca. Segundo ela, os tratamentos voltados para mulheres acima dos 45 anos são cuidadosamente adaptados às transformações naturais do envelhecimento, como a perda de colágeno, a flacidez da pele, a reabsorção óssea e as mudanças na distribuição da gordura facial.
A palavra de ordem é sutileza. “Não se trata de modificar traços, mas de restaurar proporções e devolver sustentação com naturalidade”, diz Gabriela. Técnicas combinadas, como bioestimulação de colágeno, volumização pontual e suporte estrutural, são as mais indicadas para garantir resultados elegantes e duradouros.
Entre os procedimentos mais procurados estão os bioestimuladores, como o ácido poli-L-láctico, a hidroxiapatita de cálcio (CaHA) e os preenchedores de ácido hialurônico, aplicados em áreas estratégicas como têmporas, sulco nasolabial e mandíbula. Toxina botulínica, fios de PDO, peelings médios e tratamentos de renovação celular também fazem parte dos protocolos recomendados.
Quando o assunto é menopausa, a abordagem precisa ser ainda mais cuidadosa. A queda dos níveis hormonais impacta diretamente a qualidade da pele e sua resposta a tratamentos. Por isso, uma avaliação clínica detalhada é fundamental, incluindo histórico de saúde, uso de medicamentos e até o estado emocional da paciente.
“A pele perde hidratação, a cicatrização pode ser mais lenta, e o metabolismo cutâneo muda. Todos esses fatores exigem ajustes nas técnicas, nos produtos e até nas expectativas de resultados”, explica a especialista.
Além do aspecto físico, os procedimentos também oferecem reflexos positivos na autoestima. “Estética, nessa fase da vida, não é vaidade. É bem-estar emocional. É a chance de muitas mulheres se reconectarem com sua força, sua feminilidade e sua presença no mundo”, afirma Gabriela.
Em tempos em que o etarismo ainda impõe silêncios e invisibilidades, resgatar o brilho no olhar e a firmeza no semblante pode ser um gesto de resistência e de autocompaixão.
