O Governo do Distrito Federal (GDF) deu aval para a criação do bairro Urbitá, localizado na região de Sobradinho. O projeto, que será implantado em uma área de 1,6 mil hectares da Fazenda Paranoazinho, prevê a construção de moradias para mais de 118 mil pessoas ao longo dos próximos 40 anos.
A proposta urbanística, de iniciativa privada, foi aprovada pelo Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan) e publicada no Diário Oficial. Dos 922 hectares pertencentes à Urbanizadora Paranoazinho, 387 hectares foram destinados às novas edificações.
Planejamento para evitar cidade-dormitório
Uma das principais preocupações do GDF é garantir que o novo bairro não se transforme em uma “cidade-dormitório”. Para isso, a fase inicial do empreendimento priorizará a construção de serviços essenciais, como educação, comércio e saúde, antes da ampliação das moradias.
“Nosso objetivo é iniciar a ocupação do bairro com infraestrutura que atenda às necessidades da população local, evitando sobrecarga viária e garantindo um desenvolvimento ordenado”, destacou o secretário de Gestão do Território e Habitação.
A localização do Urbitá, às margens da BR-020, levanta preocupações sobre o impacto no trânsito, já que a região enfrenta congestionamentos diários. Para mitigar esse problema, estão previstas obras viárias e um terminal intermodal para integração de ônibus e BRT.
Estrutura e inovação
O projeto urbanístico do Urbitá segue conceitos modernos de sustentabilidade e mobilidade urbana. O bairro contará com:
Infraestrutura verde: mais de 3 milhões de metros quadrados de parques e espaços de convivência;
Edificações integradas: prédios de até 10 andares, sem grades ou cercas, promovendo maior interação com o espaço público;
Equipamentos públicos essenciais: escolas, centros de saúde e comércios estruturados para atender a demanda da população;
Soluções ambientais: estação de tratamento de esgoto e dois reservatórios de água de 500 m³ para garantir o abastecimento.
Desafios e preocupações
Apesar da promessa de desenvolvimento planejado, especialistas e moradores da região manifestam preocupação com a integração do projeto ao Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) e ao Zoneamento Ecológico-Econômico. Segundo urbanistas, o impacto do bairro sobre os recursos hídricos e o trânsito deve ser acompanhado de perto.
A primeira etapa do Urbitá, já aprovada pelo Conplan, deve atender inicialmente 11 mil pessoas. Os próximos passos envolvem a implantação das infraestruturas essenciais antes do avanço das construções residenciais, garantindo que o bairro cresça de forma organizada e com qualidade de vida para os futuros moradores.