O mercado financeiro brasileiro encerrou esta terça-feira (9) em ritmo negativo, com o Ibovespa em queda e o dólar disparando acima da marca dos R$ 6,00 pela primeira vez desde a pandemia. O movimento reflete a combinação de incertezas internas e externas que têm pressionado os ativos locais.
O principal índice da Bolsa brasileira recuou diante do aumento da aversão ao risco global e das preocupações com o cenário fiscal doméstico. Investidores seguem atentos à condução da política econômica brasileira, em especial às medidas para cumprimento das metas fiscais e possíveis mudanças nas regras do arcabouço.
No cenário internacional, o destaque ficou por conta da expectativa com a divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos e das sinalizações mais duras por parte do Federal Reserve, que podem adiar o início do corte de juros no país. Isso tem fortalecido o dólar frente a diversas moedas emergentes, inclusive o real.
O dólar comercial avançou mais de 2% no dia, encerrando a sessão cotado acima de R$ 6,04 — reflexo tanto da fuga de capital estrangeiro quanto do aumento da demanda por proteção cambial por parte de empresas e investidores.
Setores como varejo, construção e tecnologia foram os mais penalizados na Bolsa, devido à sensibilidade às taxas de juros e ao custo de capital. Já as ações de empresas exportadoras conseguiram amenizar parte das perdas, impulsionadas pelo câmbio mais favorável.